Este lindo título de Nossa Senhora possui origens franciscanas. A Ordem dos Frades Menores é proprietária da grandiosa basílica de Santa Maria dos Anjos, que está situada em uma planície perto de Assis, na Itália. Dentro da basílica existe a capela da Porciúncula, que foi onde São Francisco faleceu. O local é considerado como o lugar onde foi fundada a Ordem Franciscana.
Ninguém sabe com certeza a origem da capela, mas diz a tradição que um grupo de peregrinos que voltava da Terra Santa a construiu e que nela havia uma relíquia do túmulo de Nossa Senhora. Tal relíquia era muito venerada. Quando os fiéis se reuniam na capela para rezar, eles podiam ouvir o coro dos anjos, motivo pelo qual a capela e a posterior basílica foram chamadas de Nossa Senhora dos Anjos.
O Frei Tomás de Celano, autor da primeira biografia de São Francisco, conta sobre o quanto o santo amava aquele lugar dedicado a Nossa Senhora denominado "Porciúncula", que significa "Pedacinho":
"O santo teve uma preferência especial por esse lugar, quis que os frades o venerassem de maneira toda particular e quis que fosse conservado como espelho de toda a sua Ordem na humildade e na altíssima pobreza, deixando sua propriedade para outros e reservando para si e para os seus (...)
"O bem-aventurado pai dizia que lhe tinha sido revelado por Deus que Nossa Senhora tinha uma predileção por aquele lugar, entre todas as igrejas construídas no mundo em sua honra. E era por isso que o santo gostava mais dela que das outras". (Tomás de Celano, Vida II, Primeiro Livro, cap. 12).
A Porciúncula foi a capela onde São Francisco recebeu a grandiosa indulgência do "Dia do Perdão", comemorado todos os anos no dia 2 de agosto. Até os dias atuais, a festa do Perdão é uma das festas mais importantes para a Ordem Franciscana. Muito tempo depois, Papa Pio XII estendeu a indulgência para toda a Igreja Católica.
Tudo começou quando São Francisco estava em oração na igreja chamada de Porciúncula quando uma luz muito forte tomou conta do local. Francisco pode ver, sobre o altar, Cristo revestido de luz, ao lado de Maria, rodeados de uma multidão de anjos. Prostrado com essa visão, pediu a Jesus a graça de que todos aqueles que, arrependidos e mediante a confissão sacramental, entrassem naquela igreja, tivessem o perdão dos pecados e a completa remissão das penas devidas.
Jesus respondeu que a graça pedida por ele era grande, mas que a concederia se Maria intercedesse por Francisco. A Virgem Maria, então, suplicou ao seu Dulcíssimo Filho que concedesse a graça pedida. Jesus pediu que Francisco, todavia, apresentasse isso ao Papa, vigário de Cristo na terra, para seu consentimento.
Após a visão, Francisco apresentou o acontecido a Honório III, o Papa da época, que aprovou o pedido. A indulgência foi concedida a todos que visitassem a Porciúncula no dia 2 de agosto, começando nas vésperas da vigília.
Mas a história deste dia especial não para por aí. Séculos depois, em 1622, o Papa Gregório XV escreveu a bula que estendeu a indulgência a todos que fossem a uma igreja catedral, santuário ou matriz paroquial, se confessassem, participassem da Eucaristia e recitassem as orações na intenção do Papa.
Esta indulgência se tornou célebre pela forma como foi dada e pela experiência de fé e devoção de São Francisco. Que possamos, por intercessão dele e de Nossa Senhora, pedir a Jesus essa indulgência, participando da celebração de Nossa Senhora dos Anjos e do Perdão de Assis, e que possamos viver como pessoas reconciliadas com Deus, confiantes na misericórdia e sempre abertos para pedir e conceder o perdão a todos.
Esta igreja foi a segunda morada de São Francisco e seus primeiros irmãos.
Augusta Rainha dos Céus e Senhora dos Anjos,
vós que recebestes de Deus
o poder e a missão de esmagar a cabeça da Serpente,
humildemente vos rogamos:
Enviai vossos Santos Anjos, para que,
às Vossas ordens, protejam-nos de todos os males,
ajudando-nos a combatê-los por toda parte.
Quem como Deus?
Santos Anjos e Arcanjos,
defendei-nos e guardai-nos.
Ó Maria, Rainha dos Anjos,
mandai a São Miguel defender-nos
em todas as ocasiões de perigo da alma e do corpo.
Amém.
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Salve Maria!