Em 1829, numa aldeia de Knock, na Irlanda, uma pequena igreja paroquial dedicada a São João Batista foi construída, cercada por um muro de pedra. Nessa aparição, Nossa Senhora apareceu juntamente com São José e São João Evangelista.
Durante o século XIX, os irlandeses sofreram uma depressão da economia de seu país por causa colheitas escassas, principalmente da batata. Em 1879, os agricultores quase não tinham o que comer. Nesse ano, ocorreu mais uma colheita de batatas desastrosa, o que significava mais miséria e fome. Muitas pessoas morreram de fome e de doenças nessa época.
O Padre Bartholomew Cavanah foi nomeado prior da igreja. Era um homem santo e muito devoto de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Sacrificava tudo para ajudar os pobres e famintos. Alguns meses antes da aparição de Nossa Senhora do Silêncio em Knock, o Padre Cavanah começou a rezar 100 missas pelas almas do Purgatório, as quais Nossa Senhora mais queria que fossem libertadas.
E no dia da centésima missa, Nossa Senhora apareceu em Knock. Com certeza essa aparição mostra a gratidão de Nossa Senhora e de todas as almas que saíram do Purgatório e foram para o Céu.
Nesse dia, o céu estava cheio de nuvens escuras. O Padre Cavanah estava visitando paroquianos das regiões vizinhas. Começou, então, uma forte chuva que caiu por toda a noite.
Mary McLoughlin, empregada do padre Cavanah, acendeu a lareira para secar as roupas do padre e depois foi visitar sua amiga Mary Beirne, que morava por ali. Ao passar perto da igreja, percebeu figuras estranhas e um altar na parede sudoeste da igreja. Parecia que havia uma estranha luz em torno daquelas figuras, mas ela pensou que fosse um efeito causado pela luz que brilhava através da bruma. Sem entender o que acontecia, ela pensou que o padre tinha encomendado novas imagens.
Margaret viu as figuras luminosas e Mary, também quando, foi trancar a igreja, mas não mencionou nada em casa. Mary McLoughlin, Margaret e Mary Beirne tagarelaram até que a primeira resolveu voltar para a casa paroquial e Mary Beirne decidiu acompanhá-la parte do caminho.
Quando tornaram a passar pela igreja, parece que a “coisa luminosa” estava mais luminosa ainda. As duas jovens viram que as figuras pareciam estar sobre a grama, mas sem tocá-la com os pés. Perceberam também que o aguaceiro não molhara a grama e o chão debaixo das figuras estavam secos. Ao se aproximaram das figuras luminadas, Mary Beirne disse:
“Mas não são imagens, estão se mexendo. É a Santíssima Virgem!”
A figura central foi identificada como Nossa Senhora. As outras duas, como São José e João Evangelista.
As duas garotas ficaram atônitas e Mary Beirne correu alvoroçada para casa, contar à mãe, que também se chamava Mary Beirne, Mary começou falar pra todo mundo que a Santíssima virgem estava lá, seu irmão chegou a dizer pra ela não fazer papel de boba, mas ela não ligou.
Porém a viúva Beirne, Mary Beirne e Mary McLoughlin juntaram-se logo em seguida aDominick e Catherine Murray e alguns vizinhos. Todos eles imediatamente também testemunharam a aparição.
O Relato:
Bridget Trench (75 anos):
“As três figuras pareciam imóveis, como estátuas. e pareciam estar a cerca de meio metro acima do solo. A Virgem Santíssima estava no centro, vestia-se de branco e parecia coberta com uma capa branca. Suas mãos erguiamse na mesma posição em que o sacerdote eleva as mãos ao rezar na santa missa."
"Percebi que as partes inferiores de seus pés e tentei beijá-los três vezes. Ela trazia na cabeça algo semelhante a uma coroa e tinha os olhos voltados para o céu. Chovia torrencialmente naquela hora, mas a chuva não caía onde as figuras estavam. Tive o cuidado de tocar o chão com as mãos e senti-lo perfeitamente seco."
Acima do altar havia um cordeiro olhando para o oeste e por cima dele havia uma grande cruz. Seis anjos com asas que se movimentavam rodeavam o altar e a cruz.
Relato da Mary Beirne:
"A figura de São José tinha a cabeça ligeiramente abaixada e inclinada para o lado da Virgem Santíssima, como se lhe fizesse uma reverência; representava o santo um tanto envelhecido com a barba e os cabelos grisalhos. A terceira figura parecia ser a de São João Evangelista; não sei, só achei que era pelo fato de certa vez ter visto a imagem (desse santo) na capela de Lekanvey, muito parecida com a figura que nesse momento estava à minha frente."
Com essa aparição a notícia começou a se espalhar.Porém o que podemos perceber é que Nossa Senhora, São José e São João não disseram nenhuma palavra, por isso o nome “Nossa Senhora do Silêncio”.
O silêncio de Nossa Senhora foi eloquente! Durante os meses seguintes à aparição, toda a aldeia perguntava por que Nossa Senhora do Silêncio apareceu. Multidões iam visitar Knock. Ocorreram inúmeras curas relacionadas à parede do santuário onde houve a aparição. Nos três primeiros anos após a aparição, o Padre Cavanah registrou algo em torno de 300 curas milagrosas relacionadas ao santuário de Knock!
"A aparição tem um profundo simbolismo do livro do Apocalipse. O cordeiro é Jesus. A cruz é onde se oferece o Cordeiro ao Pai como sacrifício. O altar da Missa é onde o sacrifício se torna presente. Maria e São João estavam ao lado da cruz. São José não estava ao lado da cruz, mas agora está no Céu, a morte não pode separá-lo da Sagrada Família e dos benefícios do sacrifício de Jesus."
A fome:
Quase imediatamente depois da aparição em 1879, manifestou-se outra perigosa crise alimentar que continuou a ameaçar durante alguns anos. Mas, a essa altura, milhares de peregrinos que visitavam Knock, ficavam chocados com a deplorável qualidade de vida dos irlandeses pobres.
Porém a aparição de Knock, colocou a Irlanda no mapa da consciência humana e desta vez, todo o mundo ocidental enviou comida e suprimentos e a fome foi afastada.
No ano de 1880, foram aprovados como “digno de confiança e satisfatório” pela primeira comissão eclesiástica os testemunhos de todas as 15 pessoas que testemunharam a aparição de Nossa Senhora do Silêncio. Em 1936 foram enviadas para Roma diversas provas confirmadas e curas milagrosas. Com isso, aparição de Nossa Senhora do Silêncio em Knock teve total aprovação e reconhecimento da Igreja Católica.
Em 1979, o papa João Paulo II abençoou o lugar com ao presenciar a celebração do centenário da aparição de Nossa Senhora do Silêncio. Centenas de milhares de peregrinos foram ao santuário onde João Paulo II declarou a passagem da Igreja de Nossa Senhora do Silêncio, Rainha da Irlanda, a Basílica.
Mãe do Silêncio e da Humildade, tu vives perdida e encontrada no mar sem fundo do Mistério do Senhor. Tu és disponibilidade e receptividade. Tu és fecundidade e plenitude. Tu és atenção e solicitude pelos irmãos. Estás revestida de fortaleza. Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual. És senhora de ti mesma antes de ser nossa Senhora. Em ti não existe dispersão. Em um ato de simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralisada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus, e Deus dentro de ti. O Mistério total te envolve e te penetra e te possui, ocupa e entrega todo o teu ser. Parece que em ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus. Tudo ficou assumido em ti, e divinizado. Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora. Entretanto, teu silêncio não é a ausência, mas presença. Estás abismada no Senhor e ao mesmo tempo atenta aos irmãos, como em Caná. A comunicação nunca é tão profunda como quando não se diz nada, o silêncio nunca é tão eloquente como quando nada se comunica. Faze-nos compreender que o silêncio não é desinteressante pelos irmãos, mas fonte de energia e de irradiação, não é encolhimento mas projeção. Faz-nos compreender que, para derramar, é preciso preencher-se. Afoga-se o mundo no mar da dispersão, e não é possível amar os irmãos com um coração disperso. Faze-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação, e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade. Envolve-nos em teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza de tua fé, a altura de tua Esperança e a profundidade de teu Amor. Fica com os que ficam e vai com os que partem. Ó Mãe Admirável do Silêncio! Amém.
São João Paulo II e Santa Teresa de Calcutá, já visitaram o Santuário Irlandês.
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Salve Maria!