O título Nossa senhora da Pena tem sua origem na época do Renascimento. Nessa época, artistas, tanto da escrita quanto das artes plásticas, pediam proteção e inspiração à Virgem Maria. Por isso, ela passou a ser venerada como protetora e padroeira das artes, dos artistas, dos escritores, dos publicitários. . Por esta razão ela é representada segurando uma pena (caneta) na mão direita e um livro na mão esquerda. O manto azul simboliza que ela está no céu e, de lá, intercede pela inspiração dos que a pedem.
No Brasil, a devoção a Nossa Senhora da Pena recebeu outra conotação. A “Pena” tomou o significado jurídico de “castigo”, ao qual um escravo seria submetido, se não tivesse alcançado a ajuda de Nossa Senhora da Pena. No início do século XVIII, alguns fazendeiros seguiam a simples rotina na fabricação do açúcar bruto. Nesses primitivos engenhos de cana, foram os escravos que construíram as riquezas de seus senhores. Eram negros incansáveis que trabalhavam de sol a sol, plantando e pastoreando o gado.
Certo dia, uma vaca escapou da vigilância de um escravo, o que fez com que ele fosse condenado a um castigo corporal. Angustiado pelo desaparecimento da vaca, e repreendido pelo seu senhor, depois muito procurar, já desanimado por não ter encontrado o animal, prevendo seu terrível castigo, ele se ajoelhou, rogando com muita fé a Nossa Senhora, para que Ela lhe mostrasse o lugar onde a vaca estava.
Nesse momento, segundo a tradição, uma reluzente Senhora de luz, de vestido azul e branco e com uma coroa luminosa na cabeça, apareceu no alto do morro, dizendo para o escravo ir onde o animal estava. Chegando ao local indicado pela Senhora, ele, de fato, encontrou a vaca, mas percebeu que a Senhora tinha desaparecido. A descrição da senhora feita pelo escravo, era idêntica à de Nossa senhora da Pena.
Igreja Nossa Senhora da Pena em Porto Seguro.
Este incrível acontecimento motivou a conversão do senhor daquele escravo. Tanto, que ele começou a construir uma capelinha primitiva em agradecimento pela graça alcançada pelo escravo. O padre Manuel Araújo foi responsável pela construção da antiga igreja em honra a Nossa Senhora da Pena, trazendo de Portugal uma linda imagem da Virgem da Pena.
Outro milagre atribuído a Nossa Senhora da Pena foi a volumosa fonte de água cristalina, que foi encontrada justamente no período mais difícil da construção da igreja. O terreno, que estava muito ressecado e duro, se transformou completamente, o que facilitou bastante a construção da igreja de Nossa Senhora da Pena. A igreja ficou pronta no ano de 1770. José Rodrigues de Aragão, grande benfeitor responsável pela construção, além de ser o responsável pelas pinturas, decorações e painéis, enfeitou a igreja de Nossa Senhora da Pena com ornamentos e móveis, assegurando a duração da igreja por meio de doações em dinheiro e terrenos.
Igreja Nossa Senhora da Pena
O culto dos cariocas a Nossa Senhora da Pena atraía para aquela igreja não apenas devotos de Nossa Senhora da Pena, mas também escritores, jornalistas e até curiosos e turistas, que vão à igreja de Nossa Senhora da Pena para admirar, na igreja e em seu museu, a obra divina realizada por Nossa Senhora da Pena.
Virgem Santissima, dulcíssima Senhora que, sob a expressiva invocação da Penna, reinais como Rainha de Beleza e de Amor; dirigi piedosas sobre nós vosso olhar maternal e impetrai-nos a verdadeira ciência das coisas divinas, para que possamos, em todo o tempo da nossa vida, professar com coragem as verdades da Fé, seladas com o sangue do vosso Divino Filho Jesus.
Aos vossos pés, ó Virgem da Penna, deixai que eu deposite o tributo do meu filial acatamento, bafejado pelo sopro divino de vossas maternais carícias. E quero unir, ó Maria, a minha fraca e humilde voz ao canto da natureza que, ao redor desse outeiro, cercado de montes e beijado pelas ondas do mar, ostenta tanta beleza e tanta variedade.
Soberana Senhora, em Vós deposite as minhas esperanças, e na vida e na morte ouvi meus brados, acolhei meus gemidos. São brados e gemidos dum filho que vos ama, dum filho que vai atrás dos perfumes de vossas belezas na terra, para contemplá-las sem véu, na mansão dos justos. Assim seja.
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Salve Maria!